Deu o recado

Depois do DeepSeek, Google pede que EUA ajude o setor privado na corrida contra a China por liderança em IA

Executivo da empresa diz que os Estados Unidos ainda lideram a disputa no setor de IA, mas avalia que essa vantagem pode não durar

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O verdadeiro vendaval provocado pela chinesa DeepSeek no mercado mundial de inteligência artificial (IA) causa novos desdobramentos. Desta vez, a gigante Google publicou um artigo sem citar o rival chinês, mas dizendo, com todas as letras, que os Estados Unidos devem garantir “a supremacia digital“.

O texto é assinado pelo presidente de Assuntos Globais, Google & Alphabet, Kent Walker. O artigo, disponível neste link, foi publicado nesta quarta-feira (29). O Google, como se sabe, é o desenvolvedor da IA Gemini. Ele afirma que os EUA mantêm a liderança na corrida da IA, mas “que essa vantagem pode não durar“.

Walker diz que está preocupado com agentes cibernéticos mal-intencionados infiltrando-se nas redes de telecomunicações, redes elétricas e sistemas de abastecimento de água dos EUA.

Ele cita ainda um relatório da Google, que indicou que a IA generativa possa ser usada para acelerar e amplificar ataques. Acrescentou também que os agentes de ameaça ainda não conseguiram desenvolver capacidades inovadoras com IA. “Em outras palavras, os defensores ainda estão à frente — por enquanto“, ponderou o executivo do Google.

“Para manter essa vantagem, especialmente com o surgimento de novos modelos poderosos que podem ser explorados por diversos atores, a indústria e o governo dos EUA precisam trabalhar juntos para fortalecer a segurança nacional e econômica”, afirmou Walker.

O executivo avalia que a segurança nacional dos Estados Unidos na era da inteligência artificial depende de três pilares essenciais: liderança do setor privado, modernização do setor público e colaboração na defesa cibernética.

Segundo Walker, o setor privado tem um papel fundamental no desenvolvimento de chips e infraestrutura de IA. Empresas americanas investem bilhões anualmente em inovação, mas a concorrência com a China é intensa. Para garantir a liderança nesse campo, o governo precisa adotar políticas estratégicas de comércio e exportação, favorecendo as companhias nacionais na construção de data centers e plataformas globais.

A modernização do setor público também é crucial na avaliação do executivo. A adoção de IA e computação em nuvem pode trazer mais eficiência, reduzir custos e fortalecer a segurança. Ele citou ainda o recém-criado Departamento de Eficiência Governamental, liderado pelo bilionário Elon Musk, que poderia liderar esses esforços de modernização, reduzindo a dependência do governo de fornecedores obsoletos e inseguros.

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