Cúpula no RJ

BRICS defende que governança de IA deve contar com todos os países e não apenas com “grandes empresas”

O grupo diz que quer contribuir para a construção de uma estrutura internacional que promova o desenvolvimento sustentável e inclusivo da IA

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Nos dias 6 e 7 de julho, o Brasil sediará a próxima reunião do BRICS, no Rio de Janeiro. E como não poderia deixar de ser, um dos principais temas das discussões será a governança da Inteligência Artificial (IA). Uma das propostas da cúpula do grupo será a criação de “uma governança global justa e equitativa, onde não apenas grandes empresas, mas também todas as nações, tenham voz na definição das diretrizes para essa tecnologia”.

O site oficial do evento publicou uma nota oficial com alguns dos principais assuntos que serão discutidos na cúpula (disponível neste link). O texto aponta que a IA representa uma revolução no conhecimento e na tecnologia, e seus benefícios devem ser compartilhados por toda a humanidade.

O BRICS planeja contribuir para a construção de uma estrutura internacional que promova o desenvolvimento sustentável e inclusivo da IA. Isso inclui a defesa do acesso não discriminatório à transferência de tecnologia, o respeito aos direitos humanos e ao direito internacional, além da proteção de dados pessoais e da garantia da integridade das informações. O objetivo é assegurar que a IA seja utilizada de maneira ética, segura, confiável e responsável.

Outro ponto destacado pelo grupo é a necessidade de combater o preconceito e a discriminação algorítmica, garantindo que a diversidade linguística e cultural da humanidade seja refletida nos modelos de IA. A transparência, o acesso e a disseminação da tecnologia para o interesse público são considerados fundamentais para que essa revolução digital beneficie a sociedade de forma ampla.

A governança de dados também será uma pauta relevante na reunião, com foco na redução das desigualdades, na criação de oportunidades econômicas e na defesa da concorrência adaptada à economia de plataformas. A expectativa é que os países em desenvolvimento possam aproveitar melhor as vantagens da economia digital e das tecnologias emergentes, incluindo a IA.

A presidência brasileira do BRICS, conforme instruído na última Cúpula de Kazan, pretende fortalecer o diálogo interno do bloco para explorar ao máximo o potencial das tecnologias de informação e comunicação. A proposta é adotar uma abordagem centrada no ser humano e orientada para o desenvolvimento sustentável, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida da população e reduzir as desigualdades digitais.

Em 1º de janeiro, o Brasil assumiu a presidência do BRICS até 31 de dezembro. Segundo a coordenadora-geral da presidência brasileira do BRICS, a ministra Paula Barboza, do Ministério das Relações Exteriores, os dois eixos da atuação do país, ao longo de 2025, são a reforma da governança global e a cooperação entre países do Sul Global.

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