A inteligência artificial está sendo usada em uma etapa importante em processos de fusão de empresas. O executivo Felippe Pires criou a empresa Louro Tech com foco na chamada integração pós-negócio — também conhecida como Pós-Merge Integrity (PMI). Trata-se de uma fase que é decisiva para o êxito das operações de fusão.
A Louro Tech afirma que conseguiu encurtar o processo de integração de alguns meses para poucos dias ao combinar inteligência artificial (IA), consolidação de dados em tempo real e um CRM avançado. Hoje, a empresa administra mais de R$ 20 bilhões em ativos, com a meta de atingir R$ 100 bilhões até o fim de 2025.
Segundo Pires, a etapa de integração envolve riscos operacionais que vão além da parte técnica, como o choque cultural entre equipes e a possível perda de informações críticas. Ele cita um caso em que a Louro Tech conseguiu consolidar dados históricos de duas empresas em apenas três dias, preservando todas as informações, enquanto esse processo, em situações convencionais, levaria cerca de dois meses.
Outro facilitador pode ser a ferramenta utilizada pelas organizações para analisar e gerir seus dados. Caso as empresas envolvidas no processo de fusão ou aquisição utilizem previamente a mesma ferramenta, a transição pós-fusão se torna muito mais suave.
“O fato de usar uma mesma estrutura de dados facilita muito no PMI. E como a instalação e implementação da ferramenta é muito rápida – configuramos e implementamos em até uma semana –, conseguimos fazer a fusão de empresas de forma mais ágil no que tange à gestão dos dados”, complementa Pires.
Estudos indicam que 41% das fusões e aquisições não atingem os resultados esperados devido a falhas na etapa de integração. A demora em centralizar informações estratégicas pode acarretar perdas de clientes, desalinhamento entre departamentos e dificuldade de adaptação aos novos fluxos de trabalho.
Pires exemplifica: um escritório que administra R$ 500 milhões pode desperdiçar até 16 horas por semana ajustando planilhas incompatíveis — tempo que poderia ser usado para atrair novos investidores.
Além de acelerar a adaptação operacional, uma integração bem-sucedida contribui para a conformidade com normas regulatórias e a redução de riscos legais. Relatórios financeiros e documentos obrigatórios são gerados de forma automática, evitando falhas e promovendo transparência.
“Não se trata apenas de consolidar dados, mas de garantir que toda a operação transcorra sem falhas, evitando sanções regulatórias e otimizando o tempo”, finaliza o executivo.
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