Infraestrutura

Datacenters estimularam novos negócios de autoprodução de energia em 2024, revela CELA

Do total de 31 acordos de longo prazo de energia renovável no ano passado, 30 foram na modalidade de autoprodução

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Os datacenters que operam no Brasil impulsionaram a assinatura de novos contratos de longo prazo de projetos de autoprodução de energia no mercado livre em 2024. O dado faz parte de um novo estudo da CELA (Clean Energy Latin America).

De acordo com a consultoria, a autoprodução de energia renovável para grandes consumidores foi responsável por 30 contratos de compra e venda de energia de longo prazo assinados em 2024, de um total de 31 acordos firmados no período.

Foram 18 contratos de energia solar e 11 de energia eólica, além de dois projetos híbridos (solar e eólica), inéditos, totalizando 1,7 gigawatts (GW) de plantas fotovoltaicas e 0,6 GW de eólicas.

Segundo Camila Ramos, CEO da CELA, os projetos de autoprodução se consolidaram nos últimos três anos como a principal opção dos grandes consumidores de energia no mercado livre, devido à viabilidade econômico-financeira e à garantia de fornecimento de energia renovável.

“Esses projetos têm conquistado uma fatia significativa dos datacenters no País e são atualmente o principal motor do mercado livre, com uma adesão crescente, especialmente dos novos participantes, após a maior abertura do Ambiente de Comercialização Livre (ACL) no último ano”, afirma.

A especialista detalha ainda que outras tendências importantes são os contratos em dólares, que se tornaram cada vez mais comuns nos acordos dos últimos anos, e o surgimento de contratos de autoprodução com prazos mais curtos.

O volume de energia comercializada caiu de 969 megawatts-médios (MWmédios) para 659 MWmédios entre os períodos.
 
Essa queda, segundo análise da CELA, é explicada pela mudança de perfil do consumidor que entra no mercado livre com a maior abertura e, principalmente, pelos entraves recentes enfrentados pelo setor, como dificuldades de aprovar e conectar projetos na rede, recrudescimento das políticas de incentivos e maior acirramento na venda de energia no ACL.      

Desde a primeira edição do relatório da CELA, em 2017, foram mapeados 171 PPAs de energia eólica e solar de longo prazo no ACL, que representam uma capacidade instalada de 17,4 gigawatts (GW). O acumulado desses contratos equivale a 4.806 MWmédios, sendo 2.803 MWmédios de energia solar, 1.945 MWmédios de energia eólica e outros 50 MWmédios de energia híbrida solar + eólica.

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