Líderes de governos, do setor de energia, da indústria tecnológica e da sociedade civil se reuniram nesta semana, em Paris, para a Conferência Global sobre Energia e Inteligência Artificial (IA), primeiro grande evento internacional dedicado a abordar às conexões crescentes entre energia e IA, à medida que a tecnologia avança rapidamente e sua adoção se intensifica.
O evento foi organizado pela Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), nos dias 4 e 5 de dezembro, para discutir como atender de maneira segura e sustentável às necessidades energéticas da IA, além de explorar como a tecnologia pode ser utilizada para otimizar sistemas de energia e acelerar o ritmo da inovação no setor.
Segundo a IEA, atualmente, os centros de dados representam apenas 1% do consumo global de eletricidade, mas já causam desafios significativos à rede elétrica em áreas onde estão concentrados, e a demanda deve continuar crescendo. Por exemplo, na Irlanda, os centros de dados já respondem por 20% do consumo de eletricidade, enquanto no estado norte-americano da Virgínia, essa proporção ultrapassa 25%.
“Não há IA sem energia – especificamente eletricidade. Dado o ritmo da adoção da IA, agora é o momento para formuladores de políticas e a indústria colaborarem em uma visão para atender a essa crescente demanda de eletricidade de forma segura e sustentável”, disse Fatih Birol, Diretor Executivo da IEA.

Ainda segundo Birol, a IA está prestes a ser uma tecnologia transformadora para o setor de energia, com o potencial de acelerar a inovação, melhorar a eficiência e a segurança, e impulsionar as transições energéticas. “Esta conferência pioneira da IEA proporcionou um espaço importante para avançar no diálogo sobre esses temas em um momento crucial”, completou.
A conferência da IEA contou com a presença de ministros e altos funcionários de cerca de 25 países, como Brasil, Canadá, França, Índia, Japão, Singapura, Reino Unido e Estados Unidos. CEOs e executivos seniores de empresas com um valor de mercado combinado de US$ 15 trilhões também participaram, com representantes de empresas como Amazon Web Services, Google, Hitachi Energy, Iberdrola, Infosys, Meta, Microsoft, NVIDIA, Schneider Electric e outras compartilhando insights durante as sessões.
“Compreender a revolução da IA é essencial para entender o futuro da energia”, disse Dr. Birol. “A IEA, que há muito está na vanguarda da análise das conexões entre digitalização e energia, está em uma posição única para garantir que as significativas oportunidades oferecidas pela IA sejam plenamente aproveitadas, ao mesmo tempo em que os riscos e desafios associados são tratados”, acrescentou.
Um novo relatório sobre IA e demanda energia deverá ser lançado pela agência no próximo ano.
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