Uma pesquisa realizada com mais de 13 mil professores brasileiros revelou que o uso de inteligência artificial (IA) tem potencial para reduzir significativamente o tempo dedicado à elaboração de avaliações escolares. O levantamento foi conduzido pela Maieutics.ai, startup nacional voltada para o desenvolvimento de soluções tecnológicas na área de educação.
Segundo os dados, os docentes costumam gastar, em média, 15 minutos para elaborar manualmente cada questão. Com o uso de ferramentas baseadas em IA, que geram automaticamente questões a partir de conteúdos fornecidos pelos próprios professores, esse processo pode ser concluído em segundos — o que representa uma economia de tempo de até 85%.
Além do ganho de produtividade, os educadores que adotaram a tecnologia relataram impactos positivos na qualidade do ensino. Com mais tempo livre, foi possível dedicar-se à construção de planos de aula mais detalhados, participar de formações continuadas e investir na interação com os alunos. Outro ponto mencionado foi a melhoria no equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Para a Maieutics, a tecnologia não deve ser encarada como ameaça, mas como aliada no cotidiano docente. O CEO da startup, Rodrigo Streithorst, afirma que o propósito da empresa é ampliar as possibilidades do trabalho do professor.
“Essa economia de tempo é muito significativa para os educadores, que podem se dedicar mais para o que realmente importa: ensinar. Por isso, nosso objetivo é ser um aliado estratégico nesse processo, auxiliando os professores a se dedicarem cada vez mais no objetivo de transmitir conhecimento, levando à melhoria contínua da qualidade do ensino e deixando tarefas repetitivas que podem ser automatizadas para novas tecnologias”, declarou Streithorst.
A professora Marina Machado é uma das usuárias da plataforma. Ela compartilha que costumava levar cerca de um dia e meio para montar uma avaliação. Agora, com a ferramenta, esse tempo caiu para menos de cinco minutos. Ainda assim, faz questão de manter a autoria sobre o material gerado:
“Eu não acredito na inteligência artificial como substituta do meu trabalho e nem de outros docentes. Gostei muito de ter a liberdade de editar tudo que foi gerado pela ferramenta. Apesar de ter revisado todas as questões e não encontrado nenhum erro, fiz questão de deixar a prova com o meu estilo. Essa parte humana a ferramenta não substitui, mas a parte braçal, que leva tempo e não exige raciocínio criativo, com certeza a inteligência artificial veio para contribuir.”
Também adepta da tecnologia, a professora Flávia Jeanne Ferrari, que leciona no curso de Direito em uma faculdade no Paraná, defende que o uso de IA deve ser discutido e compreendido pelos alunos.
“Sempre converso muito sobre inteligência artificial com meus alunos. Entendo que é de extrema importância que todos tenham esse conhecimento, pois ele é o futuro e temos que acompanhar as evoluções na educação”, declarou.
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