A Widelabs, empresa dedicada a democratizar o acesso à inteligência artificial, desenvolveu a Amazônia IA, o primeiro modelo de linguagem de grande porte (LLM) nativo em português. Lançada oficialmente no ano passado, a ferramenta acaba de evoluir e ganhou novas funções – que vão desde a transcrição de áudios até a interpretação de textos.
Ao todo, a Amazônia IA ganhou três modelos que prometem transformar a capacidade das IAs de interpretar dados de voz, imagem, tradução e análise de sentimentos. Os novos modelos foram batizados com símbolos da fauna do nosso país.
O primeiro da lista é o Guara, um modelo avançado de IA especializado na transcrição de áudios em português brasileiro. Capaz de compreender sotaques, gírias e expressões regionais, ele já desponta como uma tecnologia especializada na língua portuguesa. Na prática, essa inovação pode revolucionar agentes de atendimento via áudio, transcrição de palestras e audiências, além de diversas aplicações onde a língua falada é essencial.
A segunda novidade é a Harpia, um modelo multimodal treinado para interpretar textos e imagens. Ele pode analisar documentos gráficos, reconhecer textos em múltiplos idiomas e até realizar raciocínios matemáticos visuais. Por fim, a WideLabs apresenta o Golia, um modelo pequeno, ágil e de baixo custo, ideal para uma ampla gama de aplicações. Ele se destaca por sua eficiência em traduções, resumos e análises de sentimentos.
Por enquanto, as novas APIs (Guara, Harpia e Golia) estão disponíveis principalmente para empresas (mercado B2B, ou business-to-business). Segundo a WideLabs, em breve eles estarão integrados nas soluções da empresa, abrindo para todos a possibilidade de testarem as funcionalidades dos novos modelos.
“Estamos em uma época do desenvolvimento dos LLMs em que temos acesso a novas funcionalidades, aprimoramentos, barateamento nos custos de desenvolvimento e produção e, acima disso, avanços e resultados cada vez melhores, o tempo todo. Essa é a época da ascensão das IAs, porque além de ter IAs disponíveis, precisamos que elas atendam a diversas funções diferentes, em contextos diferentes”, explica Nelson Leoni, CEO da WideLabs.
O executivo lembrou ainda que o Brasil possui uma língua muito rica, que se transforma de região para região, de bairro para bairro, com gírias e maneirismos que são típicos de pessoas de idades diferentes, entre outras coisas. “Uma IA que entenda voz não pode ficar presa à versão formal da linguagem, ela precisa ir além”, acrescentou.
Para Leoni, as novas funcionalidades trazidas pelo Guara, Harpia e Golia são evoluções naturais que continuarão a surgir, impulsionadas pelo dinamismo do mercado e pelas necessidades cada vez mais específicas dos usuários.
“Nas últimas semanas, vimos o impacto do DeepSeek no mercado, e devemos nos habituar a esses impactos ocorrendo cada vez mais, já que locais diferentes possuem necessidades, demandas, limitações e obstáculos variados, o que impele seus desenvolvedores a serem criativos de formas cada vez mais interessantes. No Brasil não é diferente, e por isso que a Amazônia IA é tão boa no que faz, se mantendo no patamar de qualidade dos players mais famosos do mercado”, finalizou Leoni.
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