Infraestrutura

Inteligência artificial deve dobrar demanda mundial de eletricidade de data centers até 2030

Nos Estados Unidos, os data centers devem responder por quase metade do crescimento da demanda elétrica até o fim da década

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A inteligência artificial (IA) promete transformar o setor de energia na próxima década, ao mesmo tempo em que impulsiona fortemente a demanda por eletricidade, especialmente por parte de data centers. A previsão faz parte do novo relatório especial da Agência Internacional de Energia (AIE), publicado nesta quinta-feira (10).

Segundo o estudo Energy and AI (disponível neste link), a demanda elétrica global dos data centers deve mais que dobrar até 2030, alcançando cerca de 945 terawatts-hora (TWh) — volume superior ao consumo atual de energia do Japão. A IA será o principal fator por trás desse crescimento, com a demanda de data centers otimizados para IA quadruplicando no período.

Nos Estados Unidos, os data centers devem responder por quase metade do crescimento da demanda elétrica até o fim da década. A eletricidade usada para processar dados em 2030 deve superar o consumo da indústria de bens intensivos em energia, como aço, alumínio e cimento.

A AIE projeta que fontes renováveis e gás natural liderarão o fornecimento de energia para os data centers, devido à competitividade de custos e à disponibilidade em mercados estratégicos.

“A IA é uma das maiores histórias no setor de energia atualmente. A demanda elétrica global de data centers vai mais que dobrar nos próximos cinco anos”, disse Fatih Birol, diretor executivo da IEA. Ele destaca ainda impactos particularmente intensos em países como EUA, Japão e Malásia.

Fatih Birol, diretor geral da AIE (foto Ricardo Botelho/MME)

O relatório também aponta riscos e oportunidades da IA para a segurança energética. Por um lado, a tecnologia está por trás do aumento de ataques cibernéticos mais sofisticados. Por outro, também serve como ferramenta de defesa para as empresas do setor.

Apesar do aumento nas emissões gerado pelo maior consumo elétrico, a IEA acredita que os benefícios da IA — como avanços em baterias e energia solar — podem compensar esse impacto, se a tecnologia for adotada em larga escala.

A agência recomenda que os países interessados em aproveitar o potencial da IA acelerem os investimentos em geração elétrica, redes e eficiência de data centers, além de fortalecer o diálogo entre governos, setor de tecnologia e indústria energética.

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