O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) anunciou nesta semana que está liderando uma estratégia nacional para consolidar o Brasil como um ator relevante no cenário global de inteligência artificial (IA).
O governo consolidou suas metas para o setor no Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), que prevê o desenvolvimento de um modelo de linguagem próprio em português (LLM).
Um LLM é um tipo de inteligência artificial que processa, compreende e gera linguagem humana.
Para a ministra Luciana Santos, do MCTI, o sucesso do DeepSeek reforça a viabilidade do plano brasileiro. “O DeepSeek mostrou que é possível obter resultados equivalentes aos do ChatGPT com menos recursos, e isso é muito importante nesse momento“, afirmou.
O PBIA prevê ainda a expansão do supercomputador Santos Dumont, no Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), que deve se tornar um dos cinco maiores do mundo. A proposta do PBIA, apresentada pelo MCTI, prevê investimentos de R$ 23 bilhões até 2028.
O plano abrange áreas como saúde, educação, meio ambiente, segurança pública, agricultura e gestão governamental com o objetivo de modernizar serviços, combater desigualdades e promover a inclusão social.
“O aspecto mais importante dessa nova tecnologia é mostrar que o volume de recursos necessário para competir em IA não é inalcançável para países como o nosso“, afirmou.
Marco legal para data centers no Brasil

Em paralelo, o governo federal está trabalhando para lançar um marco legal para o setor de data centers no país. Segundo reportagem do jornal “O Globo”, o presidente Lula determinou que os ministérios de Minas e Energia, Fazenda e Indústria e Comércio intensificassem as discussões sobre o tema, visando lançar o marco legal ainda neste primeiro trimestre.
Ainda segundo “O Globo”, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, foi escalado por Lula para apresentar o potencial do Brasil no setor mundo afora e captar investimentos estrangeiros em eventos internacionais.
O Ministério de Minas e Energia publicou em setembro que registrou um crescimento na demanda a partir de projetos de data centers com processos abertos para acesso à Rede Básica. Os pedidos para o segmento indicam uma demanda máxima que pode chegar 9 GW até 2035, considerando 22 projetos registrados nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Ceará, Rio Grande do Norte e Bahia.
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