Recrutamento

Seis dicas para vencer os filtros de IA nos processos seletivos e ter um currículo mais eficiente

Especialista em recrutamento e CEO da Reponto, Flávia Mentone compartilha dicas práticas para quem busca novas oportunidades

Tempo de leitura: 3 minutos


A digitalização dos processos de recrutamento tem alterado a forma como candidatos são avaliados no mercado de trabalho. Hoje, muitos currículos passam primeiro pelo crivo de algoritmos baseados em inteligência artificial antes mesmo de chegarem às mãos de um recrutador. Diante desse novo cenário, especialistas recomendam atenção redobrada na hora de montar o currículo — desde o uso do vocabulário até a estrutura do arquivo.

“O currículo é a chance de mostrar seu valor e sua trajetória”, afirma Flávia Mentone, CEO da Reponto, empresa especializada na jornada de atração e retenção de Pessoas com Deficiência. Ela ressalta que um dos erros mais comuns é enviar o mesmo currículo para várias vagas, sem qualquer adaptação.

“Cada vaga tem necessidades específicas, e o currículo deve refletir isso. Essa regra vale para PcDs ou qualquer outro candidato que busca uma boa colocação no mercado de trabalho”, destaca

O filtro automático da IA pode eliminar candidatos que, embora qualificados, não incluíram as palavras-chave certas ou usaram formatações que dificultam a leitura pelas máquinas. Para ajudar candidatos a driblarem os filtros automáticos e aumentarem suas chances de chegar à entrevista, Flávia listou seis recomendações práticas:

1 – Use palavras-chave específicas: Identifique os termos que aparecem na descrição da vaga e repita exatamente essas expressões no currículo. “Se a vaga menciona ‘entrevista por competências’ e ‘triagem de currículos’, use essas expressões em vez de termos genéricos como ‘seleção de pessoas’”, orienta.

2 – Adapte o nome do cargo: Se o título da vaga for diferente do que consta no seu histórico profissional, vale ajustar o nome — desde que as funções sejam compatíveis. “Se você foi ‘Coordenador de Projetos’, mas a vaga é para ‘Gerente de Projetos’, é possível ajustar o título para refletir essa terminologia.”

3 – Organize o texto em blocos claros: Utilize seções bem definidas, frases curtas e objetivas. Evite espaçamentos irregulares e formatações que dificultem a leitura.

4 – Prefira formatos simples: Arquivos em PDF ou Word, com layout limpo, são mais facilmente lidos por sistemas automatizados. É melhor evitar tabelas, caixas de texto e elementos gráficos complexos.

5 – Inclua sinônimos e variações: Para aumentar as chances de o currículo ser identificado pelos algoritmos, use variações dos termos-chave. “Se a vaga pede ‘gestor de projetos’, use também ‘coordenação de projetos’, ‘liderança de projetos’ ou ‘planejamento de projetos’.”

6- Monitore os resultados: É importante testar diferentes versões do currículo e acompanhar os retornos. Ajustes podem ser necessários conforme o desempenho nas seleções.

Além dessas estratégias, a CEO da Reponto destaca que pessoas com deficiência devem considerar o cadastro em plataformas específicas. “Isso pode ampliar significativamente as oportunidades, já que essas iniciativas oferecem suporte mais direcionado e conectam candidatos a empresas comprometidas com a inclusão”, concluiu.

Receba em seu email um resumo semanal com notícias exclusivas e reportagens sobre o mercado de IA no Brasil e no mundo