Com a maior parte das instituições financeiras já em estágio avançado de adaptação à Resolução 4.966 do Banco Central, o foco agora se volta à gestão dos processos internos. A nova diretriz alterou a metodologia utilizada pelos bancos brasileiros para calcular a Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (PCLD). Nesse cenário, a Neurotech — marca da B3 especializada em inteligência artificial e Big Data — lançou a primeira plataforma baseada em IA generativa voltada especificamente para atender às exigências da norma.
Batizada de Solução 4.966, a ferramenta oferece um conjunto completo de funcionalidades que apoiam as instituições em todas as etapas do cálculo da provisão, ajudando a transformar os desafios regulatórios em ganhos operacionais e financeiros.
Mauricio Teramoto, diretor de Dados e Analytics da B3, explica uma das principais mudanças trazidas pela resolução. Antes, o mercado operava com base no conceito de “Perda Incorrida”, calculando a provisão com base em inadimplências já ocorridas. Agora, a lógica passa a ser de “Perda Esperada”, o que exige a antecipação de cenários e a capacidade de prever o risco de inadimplência.
“Essa nova concepção cria as condições ideais para um ambiente financeiro muito mais sustentável e seguro, mas também obriga os bancos a intensificarem a adoção de ferramentas que permitam fazer essas previsões com um nível de assertividade cada vez mais eficaz”, afirma.
Nesse contexto, a Solução 4.966 integra tecnologias emergentes e recursos de IA generativa para viabilizar uma modelagem preditiva robusta, capaz de simular impactos e estimar perdas sob diferentes contextos econômicos.
“A simulação destes cenários normalmente consome uma semana de trabalho, mas com a Solução 4.966 é possível realizar essa tarefa em uma hora. Além da agilidade, e do ganho de eficiência operacional, a plataforma viabiliza a hiper personalização dos perfis tanto de produtos quanto de consumidores”, explica Teramoto.
Com isso, os bancos deixam de aplicar os mesmos parâmetros de perda para diferentes tipos de crédito, como cartão e empréstimo pessoal, e passam a adotar políticas e modelos ajustados a cada segmento, o que contribui para reduzir o volume provisionado com maior precisão.
“Essa ferramenta vai permitir identificar melhor os perfis que estão se degradando no crédito e fazer ações de recuperação antecipada. Da mesma forma, os perfis que demonstrarem estabilidade ou melhora de crédito terão melhores condições no mercado. Ou seja, se a pessoa está indo para o rotativo, a instituição que usar a Solução 4.966 vai perceber antes que isso aconteça e terá a oportunidade de desenvolver uma estratégia junto a este consumidor, justamente por conseguir identificar antes que suas condições estão piorando”, argumenta.
Segundo Teramoto, o desenvolvimento da nova plataforma revelou uma oportunidade estratégica para além do simples cumprimento da regulação. A ferramenta também potencializa ganhos de eficiência e retorno nos processos financeiros.
“Como a Resolução 4.966 estabelece altos padrões regulatórios para o mercado financeiro, a Neurotech tem a oportunidade de aplicar seu propósito, ajudando as empresas a processar dados com mais eficiência, extrair inteligência de negócios com rapidez e avançar com segurança em seus objetivos estratégicos”, conclui.
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